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Criação de Tentilhões
Criação de Tentilhões

 

Iniciei a criação do género Tentilhão Comum (Fringilla coelebs) no ano de 2010. No inicio de Janeiro os dias ainda se apresentam chuvoso e com poucas horas de luz e temperatura ainda muito baixa. Como é normal é nessa altura que eu começo a selecionar os meus progenitores. Faço a criação num viveiro externo no meu quintal, sendo por isso muito importante o tipo de tempo que se faz sentir bem como a evolução fenotípica do mesmo e a respetiva temperatura. A antecipação ou atraso da criação depende primariamente destes dois fatores (período de luz e temperatura).

 

A comida que lhes dou até janeiro é bastante simples, baseando-se em mistura para tentilhões e alguns insetos. A partir deste mês, os dias ficam mais longos a temperatura sobe progressivamente, assim sendo as aves ficam com mais tempo para comer, e por isso armazenam mais energia. Nota-se que pouco a pouco elas estão a mudar, as fêmeas ficam mais nervosas, e os machos intensificam o canto e mudam a cor do bico ficando mais escuro ligeiramente “azulado”.

 Durante os meses de inverno (Janeiro a Março), eu recomendo ter os casais em gaiolas pequenas, para que especialmente as fêmeas fiquem mais mansas, pois pela minha experiencia, se as aves se mantiverem todo o ano em voadeiras grandes, na altura de criar as fêmeas ficam muito desconfiadas e não se sentem muito seguras, constroem o ninho e desfazem-no sem que ponham qualquer ovo, e quando põem não chegam a ganhar choco.

Regressando ao 3 fator (alimentação), desde o inicio de janeiro, além de mistura para tentilhões, também são fornecidos insetos, começando por fornecer dois dias por semana cinco/seis larvas de tenebrio e germinado (realço a importância do niger e cânhamo ambos germinados).


O tempo passa, sendo deixados para trás dias frios de inverno e noites frias e longas. Se as aves fizeram uma boa muda e entraram na estação de inverno com uma boa fonte de gordura, vencerão esta temporada sem problemas, porque o tentilhão é uma ave que se mantém bem nas temperaturas baixas e os rigores do inverno.


O mês de março chegou e com ele a mudança da estação. A primavera com seu poder renovador começa a fazer-se notar. Os machos estão a começar a intensificar o seu canto e cada vez mais amplificado, de forma a marcar seu território. É TEMPO DE UNIR CASAIS.

Ainda em março, coloco os casais na voadeira, mas com todos os pormenores já preparados, poleiros, porta-ninhos, ramagem de camuflagem e a alimentação. Não se deve mexer na voadeira no primeiro dia que se colocam as aves.


Os ninhos que uso, são de exterior, por duas razões: 1ª fornecem proteção para que os filhotes não caiam do ninho ao mesmo tempo que estão protegidos de um possível ataque por parte do macho; 2ª ao serem colocados no exterior, facilmente se consegue manipular o ninho vigiando os ovos e os filhotes sem entrar na intimidade da gaiola.

A voadeira, não deve ser colocada diretamente ao sol, pois os tentilhões não gostam de estar expostos e quando os jovens saltam do ninho podem sofrer uma insolação, morrendo de calor.

Quando coloco as aves na voadeira, faço uma inspeção ás unhas e ao bico contando o que for necessário. No caso dos machos, além do bico e unhas, também corto um pouco cas penas da banda alar (penas do voo), de forma que este fique em desvantagem em relação á fêmea em caso de luta. Há criadores que cortam as remises na totalidade, funcionando lindamente segundo reportam, mas eu pessoalmente, prefiro cortar somente um pouco.

È muito normal que os machos desta espécie se tornem agressivos com a fêmea e principalmente com as crias recém-nascidas. No entanto existem machos que se comportam na perfeição, alimentando a prole, retirando excrementos e protegendo o ninho, mas o mais natural e devido ao cio tornarem-se agressivos.

O normal, do comportamento, é após o nascimento dos filhos, atiram-nos para o chão. Por essa razão um dia antes da eclosão dos ovos, separo o macho numa gaiola pequena de armar, de forma a ficar visível da fêmea de tudo o que se passa na jaula , assim o macho não perde o vínculo com sua companheira e seu ninho. Depois de sete dias, se a fêmea está alimentando bem os filhotes, estes já adquiriram um bom peso, pois crescem muito rápido. Aí coloco novamente o macho dentro da gaiola, para que nos próximos oito dias volte a cobrir a sua fêmea.

Os filhotes saltam do ninho ao 17º dia após o nascimento, mas não se tornam completamente independentes, necessitando que a fêmea os continue a alimentar, mesmo após ter iniciado a nova postura. São raros os machos que alimentação a sua prole, por isso mesmo já no choco, é a fêmea que se levanta e vai reforçar a alimentação dos seus filhotes.


A fêmea põe entre 4 a 5 ovos e inicia o choco assim que põe o terceiro. Logo que inicia o choco os insetos devem ser fornecidos livremente, pois serão a principal fonte de alimentação dos filhotes até ao fim da muda. A eclosão dos ovos dá-se como é normal nos fringilídeos ao 13º dia. Costumam saltar do ninho por volta do 14º dia após o nascimento.

A separação dos filhotes, é uma fase importante, sendo necessário ter cuidados típicos desta espécie para que não haja baixas. Deve-se por ao dispor dos novatos, agua e comida da mesma forma que estava exposta na gaiola dos pais. A agua e a comida deve estar á vista, e se possível colocar uma ave mais velha para servir de ensinamento aos outros. A gaiola para esta primeira fase deve ter somente 50cm de cumprimento, pois nesta fase o mais importante é que as aves aprendam a comer por si só. Devem ser desmamados dos insetos pouco a pouco de forma a que no fim da muda só recebam um percentagem mínima e comam em grande quantidade sementes e germinado.

Nesta gaiola a harmonia familiar dura pouco tempo, pois o machos começam desde logo a marcar o seu território e a competir uns com os outros. Então é altura de separar os machos das femeas e colocar os machos em gaiolas individuais. As fêmeas podem ficar juntas, pois eles são mais tolerantes.

 

Algum alimento vivo